Os primeiros habitantes da região foram os índios
caiapós. O bandeirante,Manuel Nunes Viana,
um português radicado na Bahia, ficou conhecido por atos de coragem que
o levaram do sertão baiamo para a região mineira onde se tornou proprietário
de lucrativas lavras de ouro. Também expulsou os índios e estabeleceu no local.
As famosas feiras das frutas organizadas pelos membros da família da Mata deram
o nome do município e até hoje ostenta o nome dessa nobre casa de Portugal. A
emancipação política do município deu-se em 1989, quando desmembrou-se de
Carinhanha.
Nunes Viana,
nascido em Viana do Castelo, cristão novo como muitos, viera para as
Minas tentar a sorte como tantos outros, “a mascatear bugigangas, como tantos
aventureiros reinóis, baianos, pernambucanos...”, caindo nas graças de Dª.
Isabel “senhora dos currais que tinham sido de seu pai”, embora ainda
sejam ignoradas as razões ou a estratégia adotada por ele para conquistar
essa confiança.
A procuração para
administrar os currais de D. Isabel sempre causou um profundo e prolongado
mal-estar ao Conde de Assumar; mas o poder de Nunes Viana ainda cresceria
bastante com o contrabando do ouro e apesar de seus levantes promovidos, por
exemplo, “com a Guerra dos Emboabas, em 1708, com a sublevação da Barra do Rio
das Velhas, em 1718 e com a de Catas Altas, em 1719”.
A procuração
obtida da Dª. Isabel tornava Nunes Viana o “mantenedor da ordem entre o rio das
Velhas e o médio São Francisco”, porém sua força independia de ofícios ou
patentes, afinal, ele mandava e os ajuizados obedeciam; e foram essas a razão
que levaram o Conde de Assumar a se referir a ele dizendo que “não saiu do
inferno maior peste, nem Deus deu aos sertões do Brasil maior castigo”.
“A decisão de
Nunes Viana de aceitar o que a Coroa lhe oferecia foi sábia e apesar da alegada
pressão dos seus para que se mantivesse no cargo, “renunciou em hora oportuna.
E foi enriquecer no alto São Francisco, a cobrar – como um régulo – os foros
que deviam os viajantes à dona daquelas terras até o rio das Velhas, D. Isabel
Maria Guedes de Brito...”
“Sua presença na
região do São Francisco foi aceita pela maior parte dos governadores que
passaram pela Capitania de São Paulo e Minas Gerais a partir de então e até
mesmo pelos governadores-gerais. Respeitavam os oficiais o poder de Nunes Viana
e o direito contratual que este tinha de administrar as terras de D. Isabel
naquela região para onde se retirou em 1710 ou 1711 e “até 1724, exerceu a
autoridade de Mestre-de-Campo e pessoa de confiança de governadores como o
Marquês de Angeja, que em 1717 se correspondia cordialmente com ele”.
“Foi aceito na
prestigiosa e elitista Ordem de Cristo não obstante sua origem judaica, o que
mostra a arbitrariedade com que se aplicavam as "leis de limpeza".
“Manuel Nunes
Viana vivia como muitos cristãos-novos, dividido entre dois mundos: num deles
pronunciava as preces judaicas, no outro levou suas duas filhas para serem
freiras em um convento de Lisboa
FONTE - WEB ARTIGOS
Nenhum comentário:
Postar um comentário